A imagem que não quer calar

Palavra do Presidente

Estou na área da saúde há mais de trinta anos exercendo funções técnicas, administrativas e de forma concomitante, também participando da formação de profissionais da área. Como profissional das técnicas radiológicas, exerci e continuo exercendo com muita sabedoria e dedicação esse trabalho fantástico de identificar através de imagens a anatomia do corpo humano. Todo cidadão já passou ou conhece alguém que já se submeteu a um exame de diagnóstico por imagem. Seja na área da saúde, ou na de inspeção e segurança, como aeroportos ou repartições públicas, tiveram seu interior investigado através desse trabalho de visualização. É um serviço de extrema necessidade para a humanidade.

E a sociedade tem que ficar atenta porque para se obter determinadas imagens, se usa métodos invasivos, como a radiação ionizante. A sociedade tem que cobrar na hora de se submeter a esse tipo de procedimento, cobrar profissionais habilitados e capacitados para o manuseio dos mesmos.
É realmente uma questão de saúde pública. E o profissional habilitado para essa tarefa tão importante é o Tecnólogo em Radiologia ou o Técnico em Radiologia, ou simplesmente o “Profissional das Técnicas Radiológicas”.

Esses profissionais recebem conhecimento teórico e pratico tanto em nível técnico como superior, para obterem essas aquisições de imagens com eficácia, determinação e principalmente com segurança. Se um leigo invade esse território, o dano á sociedade é imenso. Só os profissionais habilitados devidamente pelo seu Conselho de Classe é que esbanjam competência para esse tipo de serviço. Seja um raios-X convencional, uma tomografia, uma ressonância, uma mamografia, uma densitometria óssea, um raios-X odontológico, um raios-X veterinário, um ensaio não destrutivo na área industrial ou uma inspeção em aeroportos, presídios, repartições públicas, enfim, todos emitem radiação que pode comprometer o usuário ou a equipe envolvida – quando não são operados por profissionais devidamente capacitados.

Esses profissionais são amparados por Leis federais. Leis que, por conta da insalubridade do setor, nos garante dispositivos especiais como carga horária diferenciada, férias semestrais e aposentadoria especial. E olha que são leis que já vem desde 1950, visto que, a radiação, se utilizada de forma negligente, pode acarretar sérios riscos à saúde. O legislador, preocupado com essa área de risco, se prontificou em atestar que só podem trabalhar nesses setores aquele que tem a formação adequada, evitando sua operação por pessoas que não possuam a qualificação mínima necessária.

Como citei acima, sou um profissional da área e estou a frente de nosso Conselho de Classe defendendo o interesse da sociedade. Esses profissionais são fiscalizados por essa autarquia frequentemente para que possam exercer com louvor um serviço de tão importância pra sociedade, que não merece ser submetida à exames radiológicos, seja na esfera da saúde ou da indústria, por um profissional que não seja habilitado.

Todos estão envolvidos no processo. Os profissionais, e os usuários que tem que cobrar das instituições públicas ou privadas para que esses serviços sejam prestados com excelência e segurança.

Estamos em uma campanha de alerta principalmente nesse mês de novembro em que no dia oito, se comemora o dia desse Profissional das Técnicas Radiológicas. O alerta é para que não fechamos os olhos para as arbitrariedades que estão a nossa frente. Não podemos simplesmente passar por exames ou vistorias em que invadem o nosso interior, sem pelo menos procurar saber se aquele profissional que manuseia esse equipamento tem a devida qualificação.

Essas imagens falam por si só, e gritam quando há algo errado. Parabéns aos Profissionais das Técnicas Radiológicas e que cada vez mais possamos desempenhar nossas atribuições com respeito e a dedicação.

Wellinton Miranda – Presidente do CRTR 17a Região MA/PI

Fonte: CRTR 17 / Notícias